Equipamentos para soldadura OXIGAS
GASES UTILIZADOS
Na antiguidade, o homem aprendeu a controlar e dirigir a chama, segundo as suas
necessidades, soprando atraves de um tubo para avivar o fogo, tendo este metodo a
vantagem de concentrar o calor sobre os objectos, conforme se mostra na figura
seguinte.
Fig. 11.1 - Primórdios da soldadura
Com a descoberta dos metais, aplicou este processo na fusao e ligapao destes,
utilizando como combustivel a lenha e os carvoes.
No inicio so era possivel fundir e ligar os metais com baixo ponto de fusao (chumbo,
ouro, prata, estanho, antra outros) mas, com a necessidade de controlar mais
facilmente a potencia da chama a aumantar a temperatura, para poder fundir outros
metais com ponto de fusao mais alto, o homem foi fabricando os equipamentos mais
adequados as suas necessidades, bem como a utilizagao de diversos combustlveis.
Mais tarde inventou uns aparelhos que utilizavam um comburente (ar), com um
combustivel (o petroleo e a gasolina), o qua!, depois de aquacido e comprimido
aumentava a potencia da chama.
Dentro deste princlpio foram fabricados diversos tipos de magaricos (tal como se
ilustra na figura seguinta) e tambem os celebres fogoes a petroleo, que passaram por
algumas geragoes.
Fig. 11-2 - Magarico de bomtya
Com o dominio dos gases combustiveis, a utiliza?ao do oxigenio como gas
comburente que activa a combustao e a fabrica�ao de aparelhos de controlo,
conseguiu-se uma melhor regulagao da chama e um maior controlo da temperatura.
A figura seguinte mostra, de uma maneira simples, a relagao Ar/Oxigenio com o
combustivel.
Fig. 11.3 - RelagSo ar/ oxigenio
As figuras seguintes mostram a evolu?ao do comburente na mistura com o
combustivel (primeiro com a utilizagao do ar e depois com o oxigenio), e respectiva
reacgao.
Fig. 11.4 - £vo/uf3o do comburente
Fig. 11.5 - Gases Combuslfveis
Comegou depois a utilizar o acetileno como gas combustivel e o oxigenio como
comburente, que atingem facilmente temperaturas de 3000 °C. Ao aparelho que hoje
utiliza estes dois gases chama-se, Magarico Oxi-acetilenico.
Fig. 11.6 - Magarico oxi-acetilenico
Existem actualmente os mais variados tipos de magaricos, que utilizam diversos gases
combustiveis, os quais se designam por magaricos oxigas.
O termo oxigas significa o processo que utiliza a chama produzida pela combustao de
urn gas com o oxigenio.
A chama oxi-acetilenica e uma chama oxigas em que o combustivel e o acetileno.
A seguir referem-se os combustiveis e o comburente mais utilizados na chama oxigas.
Os combustiveis e o comburente
Combustivel e toda a substancia que se queima numa combustao.
A madeira e um combustivel solido, o alcool, o petroleo e a gasollna sao combustiveis
llquidos, 0 hidrogenio e um combustivel gasoso, como tambem o gas natural existente
no subsolo.
Comburente e a substancia que facilita ou alimenta a combustao. Comburente diz-
se de uma substancia que, combinando-se com um combustivel, da lugar a
combustao deste.
O ar e 0 comburente mais utilizado mas, e o oxigenio nele existente, que alimenta a
combustao.
Oxigenio
Na soldadura oxigas o comburente utilizado e o oxigenio. Este esta presente no ar
numa percentagem volumetrica de cerca de 20 % de oxigenio para 79 % de azoto.
Fig 11.7 - Composição do ar
A principal razão pela qual se realiza a combustao do gas combustivel com oxigenio, e pelo facto de a chama que se obtem ser mais "quente" do que aquela que se obteria se a mesma combustao se fizesse no ar.
Dado que no ar cada volume de oxigenio e diluldo em aproximadamente quatro volumes de azoto, e sendo este um gas inerte, nao so nao ira participar na combustao como ainda proporciona o escoamento de uma grande parte do calor gerado.
O oxigenio pode ser extraido de varias fontes como sejam os oxidos metalicos, sais
oxigenados, a agua ou o ar.
O oxigenio industrial apresenta urn grau de pureza que se situa perto dos 99%, e
armazenado enn garrafas onde se encontra comprinniclo a uma pressao elevada. As
garrafas de oxigenio tern forma cilindrica conno se pode observar na figura seguinte.
As garrafas industriais, que sao as mais utilizadas, possuem uma grande capacidade de
armazenamento de gas.
As dimensoes das garrafas variam consoante o pais ou ate o fabricante.
Normalmente, a altura maxima e de dois metros e o diametro exterior maximo de 250 mm.
As valvulas de seguranpa das garrafas de oxigenio sao em latao e possuem duas partes moveis independentes que permitem desmonta-las, mesmo quando a garrafa se encontra cheia.
A obturagao da valvula e obtida atraves duma pastiiha de nylon ou material equivalente, por
forma a evitar o perigo do contacto de um material combustlvel com o oxigenio.
As valvulas de seguranga nao deverao ter nenhum vestigio de materias gordurosas ou
oleo, dado o risco de explosao.
Fig. 11.9 - Garrafa de oxigenio
As garrafas de oxigenio sao feitas em tubo de aço forjado, para uma capacidade de 7, 5 ou
2 m3.
A pressao no interior da garrafa e de 150 Kg/cm2.
Fig. 11.10 - Valvule de seguranga
Recomendagao de Seguranga
• Nunca de deve ultrapassar urn debito de 1000 litres de oxigenio por hora e por
garrafa.
• Em funcionamento, a cliave de fecho deve estar sempre na sede da valvula.
• As garrafas devem ser utilizadas em pe ou inclinadas a 30° sobre a horizontal para
evitar o derramamento da acetona.
• Deve-se fechar a valvula quando a garrafa estiver vazia.
• Nao se deve extravasar o gas.
• A identificagao e feita pela cor da ogiva.
Calcula-se o volume de oxigenio contido numa garrafa, multiplicando a capacidade
em lltros (de agua) pela pressao em Kg/cm2.
Exempio:
Calcular o volume de oxigenio contido numa garrafa sabendo que o oxigenio se
encontra a uma pressao de 100 Kg/cm2 e a garrafa tem uma capacidade de 47,6 I.
Capacete de protecgao nao desmontavel
Valvula
Resolugao:
V = Capacidade x Pressao =
V = 47,6 x 100 = 4,760 I ou 4,76 m3
O volume de oxgenio e de 4,76 m3
Recomendagoes de Seguranga
• Nunca armazenar outro gas numa garrafa de oxigenio.
• Os mecanismos ou equipamentos em contacto com o oxigenio nunca deverao estar
gordurosos, ja que
a InfiamaQao dessa gordura produz calor suficlente para que a combustao se transmita
mesmo as
paredes metalicas.
• As canalizagoes flexiveis que ligam os mecanismos aos circuitos de distribuigao nao
deverao ser jamais
trocadas umas com as outras.
• As garrafas devem ser utilizadas ao alto.
• As garrafas devem ser transportadas com as valvulas fechadas e respectiva
protecgao (capacete).
• Cheias ou vazias nao devem estar sujeitas a choques.
• A procura de fugas deve ser feita com espumifero e nao com chama.
Gases combustiveis
O Acetileno
O acetileno e um hidrocarboneto nao saturado cuja formula quimica e C2 H2, e menos
denso que o ar, tendo uma densidade relativamente a este ultimo, igual a 0,9.
O acetileno nao pode ser comprimido a pressoes muito elevadas porque se torna
perigoso, visto que o seu aquecimento ou um simples choque contra o recipiente em
que se encontra pode provocar uma explosao. Por esta razao, nas garrafas de
acetileno, este gas nao se encontra simplesmente comprimido mas tambem dissolvido
em acetona. As garrafas sao cheias com um corpo solido muito poroso, que pode ser
de carvao vegetal, no qual se aloja o acetileno dissolvido em acetona.
Atendendo a sua relativa perigosidade o acetileno esta sujeito a regras de utilizagao
relativamente severas que variam de pais para pals. Assim, o armazenamento do
acetileno nao e normalmente permitido a uma pressao efectiva superior a 1,5 bar, a
nao ser que seja dissolvido na acetona.
Os reciplentes de acetileno sao, assim, preenchidos com uma materia porosa,
embebida em acetona, onde o gas e dissolvido.
As garrafas de acetileno sao feitas em tubo de ago forjado,
para uma capacidade de 4 ou 2 m3. A pressao no interior
da garrafa e de 15 kg/cm2. O armazenamento e feito enn
nnateria porosa embebida em acetona.
Recomendagdes de seguranga
• Nunca de deve ultrapassar um debito de 1000 litros de
acetileno per flora e por garrafa.
• Em funcionamento, a chave de fecho deve estar sempre
na sede da valvula.
• As garrafas devem ser utilizadas em pe ou inclinadas a
30° sobre a horizontal para evitar o derramamento
da acetona.
Fig ii.ii -Garafe deaceweno . Qeve-se fechar 3 valvula quando a garrafa estiver vazia.
• Nao se deve extravasar o gas.
Calcula-se o volume de acetileno contido numa garrafa pesando-a, subtraindo a tara
e dividindo o resultado (peso Kquido) pelo peso do litro de acetileno.
Exempio: Calcular o volume de acetileno de uma garrafa (Fig. 11.11) com o peso de
68,2 kg e a tara de 64,8 kg. (1 litro de acetileno: 1,11 g), sabendo que um litro de
acetona a 15°, a pressao de 15 kg/cm2 dissolve 360 litros de acetileno, calcula-se o
volume de acetileno contido numa garrafa pesando a mesma, subtraindo a tara e
dividindo o resultado (peso liquido) pelo peso do litro de acetileno.
Capacete de
protecgao
Resolugao;
■Valvula
Ogiva de cor
castanha
P
_ garrafa dieia
-Tara
Materia porosa
um litro de 8cetiler>o
68,2-64,8
1,11
= 3,063 I
O volume de Acetileno e de 3,063
Recomendagoes de seguranga
• As garrafas devem ser utilizadas ao alto.
• So devem ser transportadas com as valvulas fechadas e respectiva protecgao
(capacete).
• Cheias ou vazias nao devem estar sujeitas a choques.
• A procura de fugas so pode ser feita com espumifero e nao com chama.
• Nao utilizar uma garrafa deitada, ou, se nao for possivel, o angulo deve ser no
minimo de 30°, a partir da posigao horizontal.
• Todo e qualquer aquecimento e perigoso.
O Propane
O propano, C3 H8, e um gas combustivel inodoro e nao toxico, o qual, por razoes de
seguranga, e perfumado de forma a torna-lo facilmente detectavel ao olfacto.
E mais denso que o ar, tendo uma densidade relativamente a este ultimo de a 1,56
pelo que, em caso de fuga, se acumula nos locals baixos. Portanto, compreende-se
ser perigosa a sua utilizagao em caves ou em lugares mal ventilados. Os locals onde
se armazenam as garrafas ou onde os gases sao empregues, como por exempio a
oficlna de soldadura, devem ser suficientemente ventilados.
O propano e extraldo do petroleo bruto a partir de operagoes de refinagao, podendo
tambem ser extraldo do gas natural. O seu armazenamento faz-se no estado llquldo
em garrafas de ago soldadas, constituidas por um fundo Inferior e superior, um corpo
clKndrico, um pe e um bocal onde se coloca a respectlva valvula de abertura e fecho.
G - Est»do gssosc
L - Estado liquicfo
L
Fig. 11.12 - Interior de uma garrafa de propano
Conforme as dimensoes das garrafas estas podem ser constituidas por duas ou tres
pegas.
Existem fundamentalmente dols tipos de garrafas de gas propano;
• Pequenas garrafas que contem 11 kg de propano com um peso total de 25 Kg.
• Grandes garrafas contendo 45 Kg de propano e pesando aproximadamente 70 Kg.
BL]tano13Kg
(propano 11 kg)
tara 15kg
C3 a o
0300
Biitano13Kg 1
{propano 11 kg)
t�13kg
031D
Fig. 11.13 - Garrafa de propano
Quando o consumo atinge valores importantes, existe vantagem em utilizar
reservatorios de armazenagem, que podem ser abastecidos por camioes cisternas,
sendo tambem usual utilizar baterias de garrafas.
a - garrafa
b - fixafio
c-mangueira(lira)
d - inversor
Fig.lL14 - Bateria de garrafas
Fig. 11.15 - Deposito de armazenamento
Recomendagoes de seguranga:
Do ponto de vista de seguranga deveremos observar os seguintes cuidados:
• Nao armazenar as garrafas ou recipientes em caves de edificios.
• Nao colocar as garrafas proximo de aberturas que dem acesso a caves de edificios.
• As garrafas devem ser utilizadas ao alto.
• As garrafas so devem ser transportadas com as valvulas fechadas e respective
protecgao (capacete).
• A procura de fugas deve ser feita com espumlfero e nao com chama.
• Nao colocar garrafas junto a fontes de calor.
• As garrafas cheias ou vazias nao devem estar sujeitas a choques.
MAQARICOS
Os magaricos sao aparelhos cuja fungao e a de produzir, atraves de chama
controlada, as temperaturas adequadas ao diverse tipo de trabalho.
Os maQaricos diferem ligeiramente de forma e concepgao, de fabricante para
fabricante, mas o seu principio de funcionamento e sempre o mesmo, utilizando gases
diferentes.
Combustivel
Oxigenio
Fig. 11.16 - Magarico
O magarico e formado por um punho, provide de duas entradas de gas, uma para
oxigenio e a outra para o gas combustivel, por um misturador, onde os gases se
misturam nas proporgoes desejadas, e por uma langa (tubo de mistura) em cujo
extreme esta montado o bico. Pela Ian9a passa a mistura de oxigenio e de gas
combustivel proveniente do misturador e que sai depois pelo bico, onde e inflamada.
E esta, em linlias gerais, a disposi�ao dos varios orgaos do magarico, e todos os tipos,
com pequenas variantes, sao constituldos por estes orgaos essenciais.
Classificagao dos MaQaricos
Os magaricos sao classificados em fungao da pressao de aiimentagao e do debito de
gas.
Classificagao em fungao da pressao de alimentagao
"Magaricos de Alta Pressao", sao aparelhos em que a pressao de alimentagao de
cada um dos gases (combustivel e comburente), medida imediatamente antes do
orificio de saida, e superior a pressao da mistura gasosa.
Sob uma pressao igual, os gases convergem para um orificio estreito que acelera o
escoamento e provoca a reuniao dos gases na camara de combustao.
Apenas podem ser utilizadas em postos de acetileno dissolvido (garrafas) ou com um
gerador de acetileno de alta pressao.
A pressao do oxigenio varia entre 1 a 3 Kg/cm2.
A pressao do acetileno varia entre 200 a 700 Kg/cm2.
"Magaricos de Baixa Pressao", sao aparelhos nos quais a pressao de admissao de
um dos gases (acetileno), medida imediatamente antes do orificio de saida, e inferior
a pressao da mistura gasosa.
Sob pressoes diferentes, os gases convergem para a extremidade do injector, sendo
o acetileno arrastado pelo oxigenio, a mais elevada pressao, indo este per sua vez
aceierar o debito.
Podem ser utilizados numa instalagao de alta pressao regulando o nnanoredutor de
acetileno em baixa pressao (10 a 100 g/cm2).
Funcionam empregando uma pressao de acetileno de 10 a 100 g/cm2 e uma pressao
de oxigenio de 1 a 3 Kg/cm2.
Classificagao em fungao do debito de gas
"Magarico de debito unico", sao magaricos capazes de permitir um unico debito de
gas, do qua! nao se podem afastar, senao em limites muito estreitos.
"Magaricos de debito multiple", sao ma9aricos capazes de fornecer uma variedade
de debitos de gas bem determinada, correspondente a diferentes orificios de saida.
Os bicos vem sempre referenciados com um numero que indica o consumo de
acetileno, em litros, durante uma hora (l/h).
Magarico n° 00 para bicos de 10 - 16 - 25 - 40 l/h
Magarico n° 0 para bicos de 50 - 70 - 100 - 140 - 200 l/h
Magarico n° 1 para bicos de 250 - 315 - 400 - 500 - 630 - 800 - 1000 l/h
Magarico n° 2 para bicos de 1250 - 1600 - 2000 - 2500 - 3150 - 4000 - 5000 l/h
Recomendagoes de seguranga
• Nunca dependurar um magarico aceso, junto de garrafas.
• Nao acender o cigarro com a chama do magarico.
• Nunca lubrificar com substancias gordurosas as pegas em contacto com o oxigenio
(perigo de inflamagao espontanea).
Tubes de LIgagao
Os tubos de ligagao sao tubos especiais, em borracha, flexiveis com um revestimento
interior de rede metalica para melhorar a sua resistencia.
Fig. 11.17 - Tubos de //ga�ao
Os tubos de oxigenio tern marcado a inscri�ao: "Oxigenio 20 BAR DIN 8541" e os
tubos de acetileno tern a inscrigao "Acetileno 15 BAR DIN 8541".
Oxigenio/Acitileno - Identificagao do gas
20 BAR/15 BAR - Pressao
DIN 8541 - Norma de referencia
APARELHOS DE REGULAQAO E SEGURANQA
Manoredutores
Como vimos, os gases industrials sao sempre fornecidos na forma comprimida,
liquefeita ou dissolvida, variando as pressoes de armazenagem consoante o tipo de
gas.
Em qualquer dos casos, as pressoes ou forma de utilizagao no magarico sao sempre
diferentes daquela em que o gas e fornecido.
Torna-se assim normal na maioria das aplicagoes, intercalar um manoredutor a saida
da garrafa ou tubo ou entre a canalizagao de distribuigao e o magarico.
O manoredutor e um aparelho constituido por valvulas e corpos de expansao, capaz
de reduzir a pressao do gas para uma pressao de utilizagao. Sao tambem apelidados
frequentemente de reguladores de pressao.
Incorporam o manoredutor dois manometros que informam da pressao disponivel e
da pressao de utiliza�ao.
Fig. 11.18 - Manoredutor
Os manoredutores distinguem-se em relagao;
• A posigao da valvula de expansao, consoante esta se situa na alta ou baixa
pressao.
• A natureza ou tipo do gas utilizado, o que necessita de uma determinada
identificagao, como sejam, diferentes coloragoes ou diferentes dispositivos de liga9ao
a garrafa.
Por exempio, no que se refere aos diferentes tipos de ligagao, os reguladores de
pressao para gases combustiveis possuem roscas de passo a esquerda, enquanto
que a rosea de reguladores para gases nao combustiveis e a direita.
Os manoredutores permitem regular a pressao e mante-la constante durante o
processo de soldadura.
Esquema de funcionamento de um manoredutor
1° Manoredutor montado sobre uma garrafa cheia, parafuso de regulagao
desapertado.
2° Aperta-se 0 parafuso de regulagao para obter uma pressao de 1 Kg. O gas penetra
na camara de expansao.
3° Estando a torneira do ma?arlco fechada, a pressao empurra a membrana e fecha
a valvula.
4° Abre-se a torneira do magarico. A valvula vai abrir-se para manter a pressao
inicialmente marcada.
Manometros
Sao aparelhos de medigao da pressao de armazenagem (HP) e pressao de debito
(BP).
Ha dois manometros por cada redutor:
• Urn que indica a pressao no interior da garrafa (HP), Alta Pressao:
acetileno ate 20 Kg/cm�
oxigenio ate 200 Kg/cm�
• Urn que indica a pressao de saida (BP), Baixa Pressao:
acetileno ate 5 Kg/cm�
oxigenio ate 25 Kg/cm�
Fig. 11.19 - Mandmetros
Valvulas anti - retorno
As valvulas anti-retorno utilizam-se normalmente na entrada dos gases no magarico.
Sao valvulas direccionals, que permitem a passagem do gas num so sentido. Quando
a chama inverte o sentido, as valvulas fecham-se, protegendo o operador contra o
risco de explosao. Este fenomeno e frequente quando se pretende acender o
magarico.
Fig. 11.20 - Valvulas anti-retomo
CHAMA OXIGAS
A chama oxigas e caracterizada por tres zonas diferentes:
Cone do dardo
Penacho
. Zona 3- '
Zona 1
Zona 2
Fig. 11.21 - Zonas da chama oxigas
As diferentes zonas na chama correspondem aos diferentes tipos de combustao
(primaria e secundaria).
A zona 1 e aquela ends se da a reacgao primaria de oxidagao, isto e, e produzida a
partir do gas combustivel ecarburante admitidos no queimador. Esta combustao
realiza-se a superficie do dardo e tem uma temperatura proxima dos 3050°C.
A zona 2 (zona redutora) e aquela onde os produtos da combustao CO e H2 se
concentram e onde se da a combustao secundaria, resultante da ac?ao do ar sobre
OS produtos de combustao primaria e tem uma temperatura maxima na ordem dos
3100°C.
A zona 3, finalmente, denominada "penacho", rodeia as duas zonas precedentes e
prolonga a zona de reapao secundaria.
Regulagao da chama
O aspecto de uma ctiama oxigas e profundamente modificado em fungao da
proporgao dos gases admitidos no queimador, bem como da sua temperatura. Assim,
uma cliama oxi-acetilenica e formada pela combustao de:
• 1 volume de acetileno
•1,1 volumes de oxigenio fornecidos pela garrafa
• 1,5 volumes de oxigenio obtidos a partir de 7,5 volumes de ar ambiente (ar = 1/5 de
oxigenio + 4/5 de azoto)
Os tipos de chama obtidos sao:
• Chama carburante
• Chama normal ou neutra
• Chama oxidante
"a" e razao entre o volume de oxigenio e o de gas, sendo que:
• a = 1 - Chama normal
• a >1 - Chama oxidante
• a <1 - Chama carburante
No acendimento do magarico a primeira operagao sera abrir a valvula de gas
combustivel. Na sequencia da regulagao do magarico abre-se a valvula do oxigenio,
ate se obter a chama pretendida.
A chama carburante e caracterizada por ter um excesso de acetileno. O dardo e
rodeado por uma aureola branca que o mascara (Fig. II. 22). A sua dimensao e a sua
temperatura dependem do excesso de gas, sendo bastante inferior a da chama
normal. Um excesso ainda maior de gas, baixa ainda mais a temperatura e o dardo e
totalmente encoberto por um veu branco. Neste caso o comprimento da aureola e,
aproximadamente, 3 vezes a de um dardo normal. Este tipo de chama nao e indicado
para a execugao do processo de brasagem.
Dardo Aureola branca
Fig. 11.22 - Chama bastante carburante (imagem e esquema)
Continuando a aumentar a percentagem de oxigenio para a mesma quantidade de
gas combustivel iremos obter uma chama normal ou neutra, que e a mais indicada
para o processo de brasagem. E caracterizada por um dardo de contornos muito
deflnidos de cor verde azulado, zona redutora de cor azulada e penacho de cor
rosada.
A chama normal ou neutra e muito quente, mas a chama mais quente e, contudo,
obtida para valores de "a" entre 1,25 e 1,5.
Fig. 11.23 - Chama nonnat (imagem e esquema}
Queremos chamar a atengao, para o facto da abertura da valvula de oxigenio ter que
ser feita gradualmente ate se atingir a chama referida anteriormente. Pois, se a
abertura da valvula de oxigenio for demasiada, existe urn excesso de oxigenio na
mistura, o que da origem a uma chama oxidante. Em alguns casos, pode ocorrer
mesmo o retorno de ciiama e a sua propria extingao.
Assim, considera-se que uma chama e oxidante quando a percentagem de oxigenio
na mistura e elevada. Este aumento de oxigenio origina uma chama mais quente, mais
sibilante e o seu penacho torna-se azulado (Fig. 11.24). Contudo, a medida que a
percentagem de oxigenio aumenta a temperatura da chama diminui. Trata-se de urn
tipo de chama que nao deve ser utilizada, ja que produz uma quantidade elevada de
oxido.
Quase
Fig. 1124 - Chama oxidante (imagem e esquema)
Incidentes de funcionamento:
Dardo deslocado
Causa: Pressao muito elevada de um ou ambos os gases.
Solugao: Esfregar o bico sobre um bocado de madeira ou reduzir as pressoes.
Desafinagao da chanfia
Causa: Diminui?ao da pressao de um ou dos dois gases.
Solugao: Mau estado do magarico.
Estalidos
Causa: Obstru?ao do orificio por uma particula de oxido.
Solugao: Pressao muito baixa.
Temperatura da chama
A chama oxi-acetilenica nao tem uma temperatura constante ao longo de todo o seu
comprimento, atingindo a sua maior temperatura proximo do dardo, como podemos
observar na figura.
Fig 11.25 - Temperatura da <Aama
No Quadro 11.1 apresentam-se as temperaturas calculadas e medidas
experimentalmente por varies autores, para a chama oxi-acetilenica.
Quadro II. 1 - Temperaturas calculadas e medidas da chama oxi-acetilenica para diferentes reacgoes
Comparativamente a chama oxi-acetilenica, a chama do propano nao e tao quente
(aproximadamente 2830°C) e a sua velocidade de combustao e fraca.
Fig. 11.26 - Chama oxi-acetilenica
Fig. 11.27 - Chama oxi-propanica
O quadro seguinte indica as temperaturas de chama para diferentes gases.
Quadro 11.2 - Temperaturas de chama para difererttes gases
POSTO DE SOLDADURA OXIGAS
Um posto de soldadura oxigas e constituido por um conjunto de elementos
necessarios a produ?ao de chama para obtengao de determinada temperatura. No
entanto, e necessario conhecer profundamente cada um dos seus elementos para se
poder utilizar com eficiencia e seguranga, visto que a sua utilizagao nao e isenta de
perigos.
O posto de soldadura pode ainda serfixo ou movel, dependendo esta situagao do tipo
de trabalho a desenvolver.
Considera-se que o posto de soldadura e fixo quando abastecido por uma bateria de
garrafas de gases (Fig. II. 14)
Instalado a uma determinada distancia, no interior de uma cabina de protegao e que
transporta o gas, atraves de tubagem metalica, ate ao terminal de utilizagao, onde sao
ligadas as mangueiras ao ma9arico.
Pode ainda ser constituido por duas garrafas de gases, que sao fixas num local, o
mais perto possivel da sua utilizagao, ligando diretamente as mangueiras ao magarico
(Fig. II. 28).
1 - Ma�arico
2 - Garrafa de gas combustivei
3 - Garrafa de oxigenio
4 - Manoredutores
5 - Mangueiras
6 ■ Valvules anti-retorno
Fig. 11.28 - P(»fo de soldadufa oxigas
Estes postos de soldadura sao utilizados para produgao de pegas em serie, sem
necessidade de deslocagao.
Considera-se que o posto de soldadura e movel, quando e composto por um conjunto
de duas garrafas de gases, montado numa estrutura metalica sobre rodas. Este
sistema, que permite a utilizagao no proprio local, e utillzado nas instalagoes de redes
de gas canalizado. Fig. 11,29.
Fig. 11.29 - Posto de soldadura movel
Preparagao do posto de soldadura
Para uma correcta preparagao do posto de soldadura devem ser seguidos os
segulntes passos:
• Identiflcapao e manlpulagao das garrafas de gas.
• Montagem das mangueiras e manoredutores.
• Selecgao dos magaricos e bicos em fungao do tipo de soldadura.
• Ligagao do magarico.
• Purga das garrafas.
• Detecgao de fugas.
• Regulagao da pressao dos gases em fungao do tipo de soldadura.
• Acendimento do magarico abrindo primeiro e lentamente a valvula do gas
combustlvel.
• Abertura da valvula do gas comburente (oxigenio).
• Regulagao da chama conforme as necessidades.
Apos a execugao da soldadura
Fechar primeiro a valvula do gas combustlvel (acetileno).
Fechar a valvula do gas comburente (oxigenio).
Recomendagoes de Seguranga
• Purgar a garrafa antes de ligar o manoredutor.
• Verificar a estanquidade da liga�ao para evitar as fugas (juntas Presto, etc., ou com
uma aniiha de chumbo).
• Desapertar o parafuso de regulagao depois da utilizagao, a fim de evitar o
rebentamento da membrana.
• Nao derreter o gelo dos manoredutores com uma chama; utilizar para isso um
aquecedor por resistencia
electrica ou agua quente.
RESUMO
O magarico serve para produzir a chama, obtida a partir da mistura e combustao dos
gases, de tal forma que, com apropriadas regulagoes dos mesmos se obtenha a
temperatura adequada a realizagao da soldadura.
Consoante o valor de combustivel e comburente assim se obtem diferentes tipos de
chama:
• Chama carburante;
• Chama normal ou neutra;
• Chama oxidante.
O magarico permite tambem dirigir a chama, a fim de localizar a aplicagao do calor, e
conserva separados o combustivel e o comburente ate ao momento da combustao.
Para se atingir temperaturas de soldadura elevadas utiliza-se diretamente oxigenio
puro como comburente.