O PAPEL DO ORQAMENTO




Sao varies os fatores de interesse para implementar na empresa o processo orgamental, desde a sua
ajuda aos gestores para compreenderem e dominarem a gestao, ate ao desenvolvimento de
comunicagao e das relagoes entre os responsaveis da mesma linha hierarquica, ou na situagao de
superior e subordinado. Desta forma, consideram-se como principais papeis, os seguintes:



Ligagao entre o curto, medio e longo prazos

Em empresas com urn adequado processo de planeamento, o ponto de partida para o orfamento e o
piano operacional a medio prazo. Este ultimo, identifica os objetivos definidos no tempo, bem como as
grandes a?6es para por em pratica a estrategia.
Neste sentido, o or�amento constitui uma ferramenta de curto prazo para implementar a estrategia,
mas que deve estar artlculado com o piano a medio prazo, devendo ser a decomposi�ao em periodos
mais curtos (mes ou trimestre) e a niveis mais elementares das grandezas previstas no primeiro ano
daquele.
Verifica-se que, em determinadas empresas, a liga?ao entre pianos e or?amentos e muito rigida. O
primeiro ano do piano da os objetivos e a cobertura ornamental, constituindo o trabalho ornamental
apenas no detaihe dos pianos.
Tal facto origina a que todos os anos se proceda a ajustamentos ou a nova elabora�ao dos pianos e e,
so apos este trabalho estar concluido, que se inicia o processo ornamental.
Noutras empresas a liganao entre o piano a medio prazo e o or�amento e bastante reduzida. Nestas
circunstancias, o piano constitui uma referenda a medio prazo que nao tem de ser seguida em rigor
pelo orgamento.
Por fim, existem empresas que elaboram o ornamento sem dispor de qualquer processo de
planeamento para alem do proprio ornamento. Nestas circunstancias, o ornamento constitui um
exercicio de mera previsao e de estimativas de custos e de proveitos nao sendo, na maioria dos casos,
um verdadeiro instrumento de responsabilizanao dos gestores.
Em sintese, o or�amento deve constituir um elo de ligagao entre o curto e o medio prazo. Constitui o
instrumento de implementa�ao de estrategia e de acompanhamento do grau de realizanao dessa
implementanao. Por esses motives, quando a empresa nao tem planeamento a medio prazo, o
orgamento deve ser mais rigoroso e obrigar os gestores a refletirem sobre as condinoes em que a
empresa e eles proprios vao realizar as suas atividades.

Descentralizagao

O orgamento deve moldar-se a estrutura de responsabilidades da empresa.
Um ornamento global e apenas um trabalho de previsoes e estimativas, mas nao duma verdadeira
fixagao de objectives e meios de acnao a curto prazo.
Sendo assim, o orgamento constitui uma poderosa ferramenta de descentralizafao e de deleganao de
autoridade com base em elementos bem definidos e quantificados.
Neste sentido, o orgamento global da empresa nao deve ser mais do que a consolidagao de um
conjunto de ornamentos parcelares por cada centro de responsabilidade. Da mesma forma, para
assegurar rigor e seguranga no processo de descentralizagao, o orgamento necessita de ser
acompanhado em permanencia, dai a necessidade de os valores se referirem a periodos muito curtos,
se possivel ao mes.
Por fim, para que o orgamento constitua um elemento eficaz de descentralizagao, os valores nele
expresses devem ser realistas, pelo que os gestores deverao conceber pianos de ac�ao exequiveis e
coerentes que os permitam realizar.

Motivagao

Os orgamentos devem influenciar activamente o comportamento dos gestores.
Nao devem limitar-se apenas a simples ferramentas tecnicas que, depois de concluidos, fiquem na
gaveta a aguardar pelo novo periodo de orgamentafao.
Se nao influenciarem as atitudes dos gestores para realizar melhores resultados, os or?amentos
perdem o seu verdadeiro interesse e significado.
Neste domlnio deveremos salientar nao apenas o perfil dos gestores, como tambem o sistema de
gestao instituido. Nao se motiva ninguem quando nao se definem os resultados a obter, os pianos de
acgao necessarios e nao se acompanha frequente ou permanentemente esses elementos.
Compete a hierarquia proporcionar condi�oes para que se verifique um verdadeiro envolvimento no
processo provisional e um sistema de san�oes e recompensas quando se verifique o grau de
cumprimento dos objectives e dos meios de acq:ao. A elaberafao e o centrolo de elementos ornamentals
nao e considerado, pela maioria dos gestores, como uma das suas atribuigoes correntes e normais,
pelo que havera necessidade de os envolver e criar apetencias para este instrumento de gestae. Desta
forma, o seu natural afastamento estara facilitado. 0 envolvimento no processo ornamental sera tanto
mais conseguido quanto mais as variaveis forem geriveis pelos gestores, pelo que deve retlrar-se do
conteudo do orqiamento de um gestortodos os factores que nao dependem directamente da sua ac?ao.

Coordena�ao

O processo ornamental exige uma coordenanao vertical e horizontal.
No que concerne a coordena�ao vertical, cada gestor deve negociar os objectives e os meios de ac�ao
com a respectiva hierarquia. Assumir a responsabilidade do seu cumprimento perante os superiores e
delegar autoridade, sem deixar de responsabillzar, nos seus subordinados para execu�ao dos pianos
de ac�ao.
Um responsavel da produ�ao que se compromete a produzir um certo numero de unidades devera
descentralizar este objectlvo em objectivos mais parcelares nos seus chefes de sec?6es. 0
cumprimento do seu objectlvo de volume ou de custo depende, sobretudo, da forma como os seus
subordinados tambem cumpram os seus objectivos parcelares.
Relativamente a coordenapao horizontal, o or�amento deve constituir um instrumento de dialogo e de
negociagao dos objectivos e dos pianos de ac�ao entre os elementos da mesma linha da hierarquia.
So assim sera possivel assegurar a coerencia global dos or�amentos parcelares por cada centro de
responsabilidade. Tambem so assim se clarifica o nivel de responsabilidade e de autoridade de cada
gestor.
Ao integrar o gestor numa equipa de negocia�ao de objectivos e pianos de ac�ao, o processo
ornamental, para alem de garantir a coordenanao das actividades dos gestores, constitui um importante
instrumento de reflexao, de aprendizagem da gestao.

Avaliagao

Sendo o orgamento um contrato de gestao entre o gestor e a empresa ou a sua hierarquia, sera logico
que 0 seu interesse e validade sejam acompanhados. Nao havendo acompanhamento, a or�amentagao
perde todo o seu interesse, limitando-se apenas a um trabalho academico de utilidade duvidosa. O
or�amento deve constituir a base da avalia?ao do desempenho dos gestores. Por esse motivo, deve
ser concebido por forma a facilitar a Interpretagao dos resultados e uma equitativa avaliagao do
desempenho. Os gestores deverao ser encaminhados para o acompanhamento permanente dos seus
orgamentos e, sempre que se justificar, encetar acgoes correctivas para melhorar os seus objectivos.
Em sintese, nao e importante que os gestores sintam a necessidade de apenas cumprir o seu
orgamento, mas sim de melhorar continuamente as metas, objectivos e pianos de ac?ao neles
contemplados. Fazer melhor que o orgamento deve ser o lema de qualquer responsavel envolvido no
processo de gestao.


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